domingo, 24 de janeiro de 2010

Tipos de Parto

Não existe um tipo de parto ideal para todas as mulheres, e sim variáveis de escolha. A gestante precisa de um bom pré-natal, porque nesse período tira todas as dúvidas sobre a gestação e o parto. Existem diferentes tipos de parto, porém, é bom destacar que alguns motivos, como o preparo psicológico e expectativas da mulher, do companheiro, da família, saúde materna e fetal, devem ser pensados, para que a decisão seja acertada.

Abaixo segue informações sobre diferentes tipos de parto:

PARTO HUMANIZADO

A humanização do parto não significa mais uma nova técnica ou mais conhecimento, mas, sim, o respeito à fisiologia do parto e à mulher.

Muitos hospitais e serviços médicos ignoram as regulamentações exigidas pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde, seja por querer todo o controle da situação do parto, por conveniência dos hospitais em desocupar leitos mais rápido ou por comodidade de médicos e mulheres em que no mundo atual não se pode perder muito tempo.

Mas a ciência vem comprovando que o excesso de intervenções tecnológicas durante o parto pode não ser tão seguro em partos de baixo risco.

Já se provou que as parteiras são mais seguras que os médicos nos nascimentos de baixo risco, e que neste mesmo nascimento de baixo risco o parto domiciliar ou em Casas de Parto são tão seguros quanto os realizados nos hospitais e maternidades, com a vantagem de não realizarem tantas intervenções, pois o parto é mais natural.

O acompanhamento familiar deixa a parturiente mais tranqüila, tornando o parto mais seguro, ao constatar que a equipe especializada dos hospitais não consegue oferecer o suporte emocional que a parturiente necessita.

A posição deitada substituiu o parto vertical para melhor controle médico, mas a posição vertical é mais segura tanto para a mamãe quanto para o bebê, além de ser mais rápida. A presença do bebê junto à mãe após o parto é tão ou mais importante para o vínculo afetivo dos dois do que os exames realizados no bebê depois do parto e longe da mãe.

Mais do que após o parto, a presença do bebê junto à genitora no quarto é fundamental para o conhecimento de ambos, maior vínculo afetivo e amamentação prolongada. O leite artificial substituiu o leite materno e está provado que o aleitamento materno é superior nas suas qualidades.

Humanizar o parto é dar liberdade às escolhas da mulher, prestar um atendimento focado em suas necessidades, e não em crenças e mitos. O médico deve mostrar todas as opções que a mulher tem de escolha baseado na história do pré-natal e desenvolvimento fetal e acompanhar essas escolhas, intervindo o menos possível.

É a mulher que deve escolher onde ter o bebê, qual acompanhante quer ao seu lado na hora do trabalho de parto e no parto, liberdade de movimentação antes do parto e em que posição é melhor na hora do nascimento, direito de ser bem atendida e amamentar na primeira meia hora de vida do bebê. Para isso, é fundamental o pré-natal.

A dor é entendida como uma função fisiológica normal que pode ser aliviada com métodos não-farmacológicos amplamente embasados, mas não quer dizer que a mulher não tenha a escolha de optar pelo uso de analgesia.

Isso não significa que o parto cesárea ou com intervenção médica não possa ser humanizado. O parto cesárea existe para salvar vidas, mas não deve ser a grande maioria dos partos como acontece hoje e sim como em último caso. Isso também deveria acontecer com as intervenções médicas que somente devem ser aplicadas quando necessárias ou quando de escolha da mulher se bem orientada quanto a essas intervenções.

O Parto Humanizado significa direcionar toda atenção às necessidades da mulher e dar-lhe o controle da situação na hora do nascimento, mostrando as opções de escolha baseados na ciência e nos direitos que tem.

PARTO NATURAL



É o parto onde o médico simplesmente acompanha o parto. É o parto normal sem intervenções como anestesias, episiotomia e indução.

O ritmo e o tempo da mulher e do bebê são respeitados e a mulher tem liberdade para se movimentar e fazer aquilo que seu corpo lhe pede. A recuperação é rápida.

Para o alívio das dores, é importante a mãe aprender no seu curso de gestantes técnicas de respiração e relaxamento e sentir-se segura do que quer.

"Caminhando" para o Parto Natural: Movimente-se!

PARTO NORMAL



É dividido entre parto vaginal normal e cirúrgico. Para o parto normal a mulher deve ser preparada durante o pré-natal. Esse processo necessita de uma grande participação da gestante. Já o parto normal cirúrgico acontece quando a mãe está cansada ou a criança se encontra em posição difícil para sua saída. Nesse caso, o médico faz um corte em um dos lados da vagina. Apesar da intervenção, o parto é considerado normal.

O parto normal ou vaginal por ser mais parecido com o fisiológico (parto natural) ele tem vantagens sobre a cesariana. O corpo da mulher foi preparado para isso, a recuperação é muito mais rápida, há menor chance de hematomas ou infecções, menor risco de complicações para a mãe e menor chance de dor pélvica crônica.

Não pense que o parto normal é sinônimo de fortes dores, há técnicas hoje que as aliviam. Quando a mamãe chega ao hospital, vários procedimentos de rotina são realizados, como aferição de temperatura, pressão arterial e freqüência cardíaca. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) não são mais procedimentos de rotina.

Durante as contrações, o médico avalia a dilatação do colo do útero. Se as dores forem intensas, normalmente é aplicada uma anestesia peridural. Quando o espaço para o bebê passar for insuficiente, é realizada uma episiotomia, que consiste em um corte cirúrgico feito na região perineal para auxiliar a saída do bebê e evitar ruptura dos tecidos perineais.

Quando o colo do útero estiver dilatado por completo e as contrações tornarem-se muito fortes, as paredes do útero farão pressão sobre o bebê e, em conjunto com o esforço da mãe, impulsionarão a criança para fora.

Após o alívio da expulsão do bebê, há a saída da placenta onde o útero se contrai mais uma vez para expulsá-la.

A sutura da episiotomia quando necessária é feita imediatamente após o parto, cicatrizando em poucos dias.

O parto normal possui algumas variantes, tais como:

PARTO DE CÓCORAS




O parto de cócoras é realizado da mesma forma que o natural mudando a posição da mãe, que, em vez de ficar na posição ginecológica normal, mantém-se de cócoras.

É um parto mais rápido, pois é auxiliado pela gravidade, mais cômodo para a mulher e mais saudável para o bebê, pois não se tem mais a compressão de importantes vasos sanguíneos que acontece com a mulher deitada de costas.

Indicado para mulheres que tiveram gravidez saudável e sem problema de pressão, o parto de cócoras só pode ser realizado se o feto estiver na posição cefálica (com a cabeça para baixo).

A participação do companheiro, a ausência de métodos invasivos para alívio da dor, a liberdade de movimentos dada à mulher no momento do nascimento da criança e a recuperação imediata são as principais vantagens do parto de cócoras.

PARTO NA ÁGUA



O parto na água se caracteriza quando a mãe dá a luz com os genitais totalmente cobertos de água. A mãe fica sentada em uma banheira e o pai também pode entrar na banheira e apoiar a mulher, como no parto de cócoras.

A água cobre toda a barriga e deve estar na temperatura do corpo, a 36º C. A água morna deixa a gestante relaxada e alivia as dores das contrações, pois provoca um aumento da irrigação sangüínea da mãe, uma diminuição da pressão arterial, além do relaxamento muscular.

Em relação ao natural, este parto é mais rápido e menos dolorido para a mãe, além de mais tranqüilo para o bebê. Ele sai de um meio líquido e quente para outro meio líquido e quente.



Esse tipo de parto não é recomendado em trabalho de parto prematuro, presença de mecônio, sofrimento fetal, mulheres com sangramento excessivo, diabetes, HIV positivo, Hepatite-B, Herpes Genital ativo, bebês com mais de 4000g ou que precisem de monitoramento contínuo.

PARTO DOMICILIAR

É realizado no lar da parturiente, de forma natural, com a presença de profissional capacitado acompanhando o processo. Vantagens como desfrutar da atmosfera tranqüila do próprio lar é a principal causa para a escolha dessa forma de parto.

PARTO LEBOYER

Por que Leboyer? Simples. Leboyer era um obstetra francês que criou alguns procedimentos para tornar menos violento a hora do parto para o bebê.

O parto é feito com os seguintes requisitos: pouca luz para não incomodar o nenezinho, silêncio principalmente depois de nascer, banho perto da mãe após o nascimento que poderia ser dado pelo pai e colocação do bebê no colo da mãe.

Esse parto é pouco realizado, pois a mãe nesse tipo de parto é "esquecida", geralmente esta estava deitada de costas, pernas em estribos e o uso da episiotomia era rotina.

PARTO FÓRCEPS



É o parto via vaginal (parto normal) no qual se utiliza um instrumento cirúrgico semelhante a uma colher, que é colocado no canal genital da mulher, ajustando-se nos lados da cabeça do bebê para ajudar o obstetra a retirá-lo do canal de parto em casos de emergência ou sofrimento fetal. É utilizado quando o parto já está no final poupando desgastes da mãe e do bebê.



PARTO CESÁREA OU CESARIANO



Esse tipo de parto é cirúrgico e deve haver motivos clínicos para a realização deste como desproporção do tamanho do bebê(bebê macrossômico) em relação à pelve, posição do bebê invertida e difícil, prolapso de cordão, descolamento prematuro de placenta, placenta prévia, sofrimento fetal e em casos de doenças maternas, como eclampsia,gestantes diabéticas, infecção herpética ativa e HIV (a transmissão para o feto diminui quando se faz parto cesário)ou ainda se o trabalho de parto não estiver progredindo normalmente.Também é recomendado nos casos de cirurgias ginecológicas prévias e gestação gemelar, quando o útero fica muito distendido, pois pode ocorrer ruptura da cicatriz por ocasião da expulsão fetal. Após duas ou mais cesáreas deve-se repetir a via cirúrgica.



Quando a cesárea é optada pelo médico a mamãe deixa de ser uma parturiente para ser uma paciente cirúrgica. Os cuidados com assepsia são maiores e as complicações são mais possíveis por se tratar de uma cirurgia de grande porte, os riscos são maiores.

A mamãe recebe a anestesia peridural (em alguns casos, a geral é necessária) e por isso não sentirá dor alguma. É colocada uma tela na região do seu tórax para melhor assepsia e a mamãe não acompanha o parto.





O médico corta sete camadas até chegar ao útero por uma incisão de 10 centímetros feita acima dos pêlos púbicos. Ao alcançar o bebê, o médico irá tirá-lo suavemente. A equipe removerá a placenta e a examinará e o corte será fechado com pontos.


A recuperação da mamãe é bem mais lenta do que em qualquer outro tipo de parto. Ela sente dores ao rir, chorar, ficar de pé ou quando tenta erguer o corpo. Há maior risco de infecção materna e de o bebê ter problemas respiratórios.

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